Bambas do samba: no Dia Nacional da Mulher Sambista, mulheres cobram mais visibilidade nas rodas de samba no MA

  • 13/04/2024
(Foto: Reprodução)
Em alusão ao Dia da Mulher Sambista, o g1 conversou com mulheres que, em meio a dificuldades, mantêm viva a tradição da maior manifestação cultural do país, no Maranhão. O g1 conversou com o grupo Samba de Mina e com a cantora Pâmela Maranhão que, em meio a dificuldades, mantém viva a tradição da maior manifestação cultural do país. Arquivo Pessoal/Montagem g1 “Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho”. Nas rodas de samba, foi assim que Dona Ivone Lara deixou seu legado como uma mulher sambista, abrindo espaço para que outras como ela pudessem vir. Neste sábado (13), em alusão ao Dia da Mulher Sambista, o g1 conversou com mulheres que, em meio a dificuldades, mantêm viva a tradição da maior manifestação cultural do país. Compartilhe essa notícia no WhatsApp Compartilhe essa notícia no Telegram Elas são as bambas do Samba. No sentido literal, isso quer dizer que as mulheres são boas no que fazem. Mas que, segundo elas, nem sempre têm a merecida visibilidade. Como forma de empoderamento e valorização do papel da mulher no samba, foi assim que surgiu o grupo Samba de Mina, em São Luís. Com 9 integrantes mulheres, ao todo, elas tiveram seus caminhos cruzados a partir de um interesse em comum: o amor ao samba. O grupo Samba de Mina conta com 9 integrantes e surgiu em 2022 a partir de um coletivo e 2023 assumiu sua atual formação. Arquivo Pessoal O grupo é composto por Alessandra Loba, Maya Black, Noely Moura, Georlinda Ferro, Laura Reis, Paulinha Trindade, Aline Oliveira, Angélica Melo e Amora Amorim. Hoje, em uma formação voltada para eventos comerciais, bares, confraternizações e shows em geral - elas lutam para conquistar mais espaço no cenário local. Ao g1, a produtora e diretora Paulinha Trindade destacou como a desigualdade de gênero está explícita nas rodas e nos eventos da cidade. “O mercado artístico do Samba é ainda um espaço machista tanto nos palcos quanto na visão de contratantes que ainda veem o trabalho feminino como inferior”, afirma Paulinha. A produtora relata, ainda, que o grupo recebe inúmeras propostas bem abaixo no mercado e, até mesmo, para tocar em eventos gratuitamente, com o argumento de “mostrar o trabalho”. Além disso, segundo ela, o preconceito parte também de pessoas que dividem os palcos. “Para alguns colegas de profissão é como se fôssemos invisíveis, de fato nos encaram como um confronto, uma disputa. Acreditamos que não é nada disso”. Mas sempre foi assim? Segundo o professor Fábio Silva, doutor em História e professor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), o samba, para ser aceito enquanto manifestação cultural, enfrentou uma série de repressões ao longo da história. Embora reconhecido hoje como símbolo cultural nacional, nos anos 50 ou mesmo 60, mulheres podiam dançar e cantar, mas não fazer samba. Pâmela Maranhão, é uma cantora e compositora maranhense, que iniciou sua carreira na música aos 18 anos. Arquivo Pessoal Para Pâmela Maranhão, cantora e compositora maranhense, de 27 anos, o dia 13 de abril serve para pensar não só o papel da mulher no samba, mas em todo lugar. “A luta da mulher, principalmente da mulher musicista, ela é ‘matando um leão por dia’, né? Esse é o contexto. A mulher é sempre mais descredibilizada”, disse a cantora. Ela, que teve seu primeiro contato com a música aos 12 anos de idade, quando ganhou o seu primeiro violão do pai, teve sua história no samba inspirada em uma outra maranhense, que também é considerada um ícone do samba nacional: Alcione. Em uma apresentação no Rio de Janeiro, a cantora materializa essa admiração através de uma performance (veja o vídeo abaixo). Cantora maranhense se inspira em Alcione nas rodas de samba Assim como Alcione e Dona Ivone Lara, Pâmela está trilhando seus caminhos através do samba. A cantora conta que teve seu contato mais forte com o samba no Rio de Janeiro, lugar onde o samba despontou como gênero musical. Para ela, “o samba é uma força muito poderosa, que leva o povo e que traz uma consciência social. A artista, que recentemente se apresentou com o grupo Samba de Mina, compartilha dos mesmos princípios: que o lugar da mulher é onde ela quiser. Entretanto, para que isso seja possível, é necessário que contratantes, assim como também a sociedade em geral, leve isso em consideração. “A maioria das rodas de samba que você vai assistindo no decorrer da vida e por onde você for passando, a maioria das rodas são representadas pelos homens. […] Não pela incapacidade das mulheres, mas pela incapacidade da sociedade de ver a mulher como alguém que é capaz de fazer tudo”, afirma Pâmela. Leia também: O primeiro dia da mulher sambista Dia Nacional da Mulher Sambista: Conheça 'De Pretas', grupo que faz 'samba de igual para igual' em SC *Estagiário supervisionado por Liliane Cutrim.

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/cultura/noticia/2024/04/13/bambas-do-samba-no-dia-nacional-da-mulher-sambista-mulheres-cobram-mais-visibilidade-nas-rodas-de-samba-no-ma.ghtml


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